quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Quer um amor, ame!

Atualmente convivo com dois estilos de grupos sociais, o primeiro que prega a lei do desapego e pensam apenas em festas e mais festas. E o segundo que afirma que hoje em dia está difícil encontrar alguém que valha a pena por ai. Ambos tem uma característica em comum, reclamam que não existe mais pessoas que "prestem", mas não observam que o comportamento alheio que eles criticam eles também praticam!

Relacionamentos hoje em dia estão sendo iniciados e terminados na mesma velocidade que as pessoas "enjoam" das músicas "chicletes" tocadas incansavelmente em todas as baladas mais frequentadas. Pessoas enjoam de pessoas o tempo todo, trocando por outras como se fossem de qualquer forma conseguir preencher aquele vazio que tem dentro delas próprias. 

Existem pessoas que valem a pena as "pencas" por ai, mas elas estão ocupadas demais correndo atrás dos próprios objetivos, conhecendo lugares interessantes, fechadas em reuniões de amigos íntimos. E elas também estão cansadas de iniciarem do zero algo que elas acreditam, e quando se dão conta não era bem aquilo que pensaram que seria...

Enquanto não voltarmos a termos tolerância com as imperfeições alheias, enquanto não voltarmos a valorizar mais a presença real do que a virtual, enquanto não resgatarmos valores importantes para o bom convívio em sociedade, estaremos fadados a viver assim, focados no imediatismo que nunca preenche o vazio de estarmos sozinhos. 

Eu sempre prego arduamente o amor próprio, onde precisamos sim estarmos longe do nível da carência, para termos o discernimento necessário para escolher com cautela quem colocar nas nossas vidas. Não concordo que temos a obrigação de nos casarmos em determinada idade e tenho comigo que tudo na vida é relativo, principalmente encontrar a pessoa "certa" para você. Mas, mesmo defendendo essa bandeira, não concordo com o rumo que nossa geração está tomando, pessoas cada vez mais solitárias, mais egoístas, mais individualistas que não se doam e apenas "sugam" energia de quem se dispôs a ama-los.

Outro dia li em uma pesquisa, que as pessoas solteiras de um outro País, se relacionam em média com 6 pessoas simultaneamente e que mesmo com tantas opções, chegam em suas casas e continuam se sentindo sozinhas. Mas, continuam condicionando o comportamento que está se tornando cada dia mais comum no País em questão. Aqui no Brasil foi divulgado que são quase 10 milhões de brasileiros morando sozinhos apenas no ano de 2016, e este número irá aumentar ainda mais em 2017. É ótimo morar sozinho, conquistar seu espaço e sua independência financeira, mas por outro lado, qual será o rumo que nossa sociedade irá tomar? 

Acredito que devemos repensar em como vemos o outro, e como devemos abrir mão do nosso ego para conviver bem com alguém que vale a pena ter ao lado. Pessoas são apenas pessoas, cheias de manias, imperfeições e costumes diferentes dos nossos. Mas, que valem a pena serem desvendadas aos poucos, que valem a pena serem admiradas pelos obstáculos que as fizeram se tornar quem são, pessoas que valem a pena serem valorizadas por quem são e não pelo que possuem. 

Sim, o mundo é gigante e com infinitas possibilidades para preencher o vazio de não ter um amor para compartilhar momentos. Mas, não importa o número de pessoas que conhecemos ao longo dessa jornada, algumas irão se tornar apenas lembranças, outras nem lembranças se tornaram, por isso que devemos sim repensar nos nossos comportamentos em pró do nosso ego e liberdade excessiva e nos lembrar diariamente que, não precisa ter pressa, mas o ser humano não foi feito para viver sozinho!

Quer amar, ame! Quer alguém que se doe para você, se doe para o outro... Quer ser feliz, faça alguém feliz! É uma troca sem esperar nada em troca, mas que vale a pena ser feita independente do resultado final! 

Se sentir afinidade por alguém que combine contigo, arrisque sem medo!

"...Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho. Tom Jobim"

Quer um amor, ame!

Aninha Santos